sábado, 18 de junho de 2011

(in)gratidão

 (in)gratidão
 
 
Por Aldo Novak
Esta é uma pergunta interessante, porque mostra que meu leitor no Twitter está partindo do princípio de que alguém tem que retribuir à ela por alguma coisa que fez de bom. Muitos de nós pensamos assim, porque nossos scripts culturais e sociais (e, em alguns casos, religiosos) reforçam essa idéia mercantilista da gratidão. Como se devêssemos ganhar algo por termos sido boas pessoas.

A boa notícia é que sempre ganhamos. A má notícia é que raramente ganhamos da mesma pessoa para a qual fizemos algo de bom, ou na mesma hora. Serão outras pessoas em outros momentos. Na verdade, nunca devemos esperar receber algo por nossas boas ações - até porque se esperamos estamos somente sendo "pagos" para sermos bons, e isso não é bondade. É apenas uma transação comercial.

Seja sempre grato, mas jamais espere gratidão de outros. Seria uma troca. Comércio barato. Ninguém - seja quem for - deveria "pagar" você para ser bom. Ser bom é não esperar nada em troca de ações boas. É isso que torna a raça humana especial. As exceções são apenas isso: exceções.

Ao fazermos algo de coração, jamais devemos esperar algo em troca. O divertido está exatamente em dar sem esperar nada em troca. Ai, a ingratidão de qualquer pessoa deixa de existir, simplesmente porque não esperamos mesmo. Se vier é lucro, mas se não vier, não será prejuizo!

Agora vamos ao mais interessante: seja sempre uma pessoa grata, devolvendo em dobro aquilo que receber. Isso vai colocar você em outro patamar, diante das pessoas.

 

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