sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quanto tempo você acredita que viverá? Cem anos? Cinqüenta? Vinte? Dez? Um?

Quanto tempo você acredita que viverá? Cem anos? Cinqüenta? Vinte? Dez? Um?









Seja quanto for, você provavelmente estará errado. Nosso tempo médio de vida é até possível de saber. Mas uma média não é uma certeza. Um adolescente pode ter apenas mais quatro anos de vida, enquanto uma mulher de 70, pode ainda viver mais trinta e cinco. Já temos mais de 30 mil pessoas no Brasil acima dos 100 anos. Leciono na Universidade Federal de São Paulo para turmas nas quais o aluno mais jovem tem 60 anos!

Em um mundo no qual a expectativa média de vida era de 25 anos, como há apenas dois séculos, no Brasil, praticamente todos os meus leitores estariam mortos. Na verdade, com tanta inexperiência controlando os países, é um milagre que tenhamos chegado até aqui. Não que experiência seja garantia de qualidade, como podemos ver pelo que acontece no mundo.

Mas hoje, com a expectativa média de vida disparando, há um número crescente de homens e mulheres com 70, 80 ou 90 anos, vivendo ainda como as pessoas de 60 viviam, há somente duas ou três décadas.


Roberto Marinho (1904-2003) criou a Rede Globo quando completou 60 anos. Morreu depois dos 90. E ele era de uma geração em que a expectativa média de vida era de 40.


Mas isso não é um caso isolado. Ted Turner, o criador da CNN, a maior rede de notícias do mundo, era um playboy e esportista até os 40. Quase perdeu tudo, várias vezes na vida. Depois disso, criou a CNN, mesmo tendo sido sabotado várias vezes pelos concorrentes. Continua um playboy esportista.


Nelson Mandela ficou mais de dez anos sendo bloqueado ativamente pelo governo sul-africano e vinte sete anos na cadeia, por razões políticas. Aos setenta e dois anos começou tudo novamente, saindo da prisão, tornando-se presidente da África do Sul e mudando o país que liderou, além de entrar para a história do planeta. Ele nasceu em 1914.


Silvester Stallone (1946) filmou Rock Balboa (ou Rock 6) este ano e lançou-o há algumas semanas. Ele tem sessenta e um anos, e ainda está fisicamente como, há algumas décadas, estariam os lutadores de metade da sua idade. Na verdade, sua forma física está tão boa quanto a de seu oponente.


No Brasil, a revista Exame de dezembro do ano passado, publicou um artigo sobre o empresário Ueze Zahran, filho de imigrantes libaneses que fundou o Capagaz. Zahran controla um pequeno império de mais de 1 bilhão de dólares, fundado quanto ele tinha 31 anos. Mas o que chama a atenção é que ele está com oitenta e dois anos, e tem a disposição e a forma física de alguém muito mais jovem.


Na música, temos também um caso curioso. Eleito por uma publicação recente como principal símbolo sexual masculino do Brasil, Chico Buarque de Holanda também já passou dos sessenta anos. Nem vou falar dos Rolling Stones, que têm um público de fãs que incluem os que ainda nem saíram da puberdade. Impensável há algumas décadas!


Isso para não falar das pessoas que se casam com homens e mulheres que têm 30 anos menos que eles. E não me refiro a artistas, que casam e descasam como se trocassem de roupa, mas a gente comum. Algo está mudando. Algo que parte da nossa sociedade ainda não viu.


Se Mandela escutasse sua família, ficaria em casa recebendo alguma pensão do governo, sentado. Pense em um homem de 72 anos que ficou preso metade da vida. A maioria das pessoas imagina que homens com esta idade, deveria estar pensando em que programas de TV vão assistir hoje.


Stallone? Se escutasse os críticos, seria vendedor de bolinhos, no Central Park, e não um milionário ator que se diverte fazendo o que faz. Ted Turner? Estaria construindo barcos de pesca, e bebendo até cair, dia e noite. Zahran? Estaria na cadeira de balanço e teria passado o bastão há muito tempo para algum jovem de sua empresa. Se é que ainda teria uma empresa.


Para cada um desses homens, e mulheres que também têm história similar, sempre houve a crença de que nem tudo o que você começa, termina, mas absolutamente tudo o que você termina, teve que começar. Comece agora. Não amanhã. Não ontem. Hoje. Hoje.


Se você tem mais de cem anos, sugiro que vá com calma! O mundo ainda chega lá.


Se você tem mais de 70, sugiro que não tenha calma nenhuma. Faça o que você tiver vontade de fazer. Viaje, crie, pinte e borde -- e não me refiro a quadros, nem tecidos.


Se você tem entre vinte e setenta, sugiro que não se importe com convenções sociais. Elas foram feitas por quem não tinha coisa melhor para fazer, além de falar da vida dos outros. Vá e faça. Já que vão falar de você, de qualquer jeito, arrisque-se a ir contra a maré. O mundo espera isso de você. E, se não aprovarem, mande-os "catar coquinho na praia perdida".


Se você tem menos de vinte, aprenda tudo o que puder, e agradeça por viver em um século no qual você está no início da vida, não no final.


Não importa a idade que você tenha. É hora de começar algo novo. Nem tudo o que você começa, termina. Mas absolutamente tudo o que você termina, teve que começar. O que você vai começar hoje?

Aldo Novak

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A noção de lazer em nossa sociedade...você sabe qual é?

A noção de lazer em nossa sociedade


A noção de lazer em nossa sociedade é altamente deturpada e estimulada por figuras de destaque que pouco se importam com sentido e significado em suas vidas. É muito comum o caso da pessoa que trabalha até o esgotamento e nas horas de folga foge para alguma atividade passatempo que lhe permita descansar e se recuperar física e emocionalmente. Ninguém vê problema com isso socialmente porque poucos se importam em fazer a vida valer a pena. Num mundo em que “viver intensamente” e fazer a vida valer a pena é pular de pára-quedas, fazer festa todo dia, beber até cair e desperdiçar dinheiro em artigos luxuosos, não podemos esperar muito dos conceitos que a nossa própria sociedade tem para nós!



Precisamos, em primeiro lugar, ter discernimento para refletir sobre todos os conceitos que “todo mundo” aceita com tanta facilidade e tem como “verdade”. Evitar clichês e raciocinar com clareza é essencial para abrirmos as cortinas da vida e encontrarmos aquelas coisas que realmente nos motivam. A pessoa motivada intrinsecamente, ou seja, aquela que se motiva com o que faz, cuja motivação vem de dentro, não precisa de atividades de lazer externas e secundárias para “descansar”. O conceito de descanso, de passatempo, está diretamente ligado ao perfil de sacrifício que o trabalho convencional implica.


A pessoa que só trabalha para sobreviver e, mesmo gostando um pouco do que faz, ainda sente que a motivação verdadeira passa longe, precisa mesmo tirar um tempo regularmente para repor as energias. A pessoa, contudo, que faz o que realmente gosta tem energia de sobra para não precisar desperdiçar tempo com atividades de lazer inúteis. Seu lazer é o próprio trabalho. Para essa pessoa, motivação, trabalho e lazer são coisas que andam juntas e reforçam umas as outras, intensificando a produtividade pessoal. O próprio conceito de passatempo, intrínseco à interpretação de lazer em nossa sociedade, carrega uma conotação de desperdício consigo.


Por que alguém desejaria “passar o tempo”? Essa pergunta para quem vive com significado e sentido é tola. Passar o tempo é coisa de quem não tem sentido em sua vida. Tempo é vida e, se pensarmos bem, temos muito pouco tempo útil em vida. Se esse pouco tempo útil for desperdiçado fazendo algo que não se quer fazer e passando o resto das horas descansando, o que é que sobra?

Pense nisso.

Equipe Golfinho